Se os governadores não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios".
A conhecida frase de uma das figuras mais importantes da história contemporânea do país, o antropólogo, escritor e político Darcy Ribeiro, transformou-se em uma faixa de protesto e denúncia, pelos alunos da Escola Municipal Paulo Freire, de Armação dos Búzios, no Rio.
A profecia foi feita em 1982 por Darcy Ribeiro, e a faixa dos alunos fluminenses é alicerçada por números incontestáveis. O País atravessa uma crise no sistema prisional sem precedentes, com 622 mil presos, – sendo quase a metade de temporários, aguardando julgamento – e um déficit de 250 mil vagas no sistema prisional.
Os dados são do último Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), do Ministério da Justiça.
E pior. A previsão, se o crescimento da população carcerária mantiver o ritmo, é de que o Brasil supere a marca de 1 milhão de detentos em 2022. Segundo a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, também presidente do Conselho Nacional de Justiça, um preso custa ao estado 13 vezes mais que um estudante: em média, R$ 2,4 mil por mês (R$ 28,8 mil por ano), enquanto um estudante de ensino médio custa atualmente R$ 2,2 mil por ano.
O pesquisador Rafael Alcadipani, professor da Fundação Getulio Vargas e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, alerta: ”Precisamos exigir qualidade no ensino e menos desigualdade. Países com menos desigualdade geram um povo educado e, consequentemente, menos violento.”
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