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Foto do escritorCefas Alves Meira

Doações na quarentena. 40 mil pessoas beneficiadas


Em março, com a quarentena devido ao coronavírus, a empresária Rachel Horta dividiu sua angústia com um grupo de cinco amigos: “Quero fazer algo para diminuir o sofrimento da população mais vulnerável diante dessa pandemia da Covid-19. Tô muito preocupada. Minha ideia é distribuir cestas básicas com itens de alimentação e higiene como ação emergencial. Topa entrar nessa comigo?”. Angústias somadas, o “sim” foi ecoando e o grupo da campanha Espalhe Cestas cresceu com a união de mais de 20 voluntários – a maioria deles da área da comunicação.

A campanha foi realizada entre março e abril, quando foram entregues mais de 5.000 cestas básicas, aproximadamente 230 toneladas de alimentos e em torno de 40.000 pessoas atendidas em 90 comunidades e grupos, na RMBH. Por meio do site https://evoe.cc/espalhe-cestas, era possível doar e também ter acesso a dados explicativos sobre a ação e os valores arrecadados, em tempo real.

A iniciativa se tornou um grande case de sucesso. Até 30 de abril, encerramento do projeto, foram registradas doações vindas de mais de 200 cidades, de 23 países.

Surpresa

Rachel Horta, cofundadora e ex-CEO da Hekima - empresa de soluções de Inteligência Artificial, recém-adquirida pelo o iFood - diz que já esperava o apoio dos amigos, mas a velocidade com que a campanha ganhou força foi uma surpresa: “A gente sabia que teria muita gente querendo ajudar, seja financeiramente ou compartilhando nas redes sociais. Mas não imaginávamos que seria tanto!”

O grupo fez uma parceria com a Evoé - plataforma mineira de crowdfunding - e conseguiu colocar a campanha de doação no ar em dois dias. Em menos de 24h de campanha no ar, Espalhe Cestas já havia arrecadado - via plataforma e contato direto de empresários - praticamente 50% da meta prevista para ser alcançada em 15 dias.

A executiva explica que a ideia era conseguir 100 mil reais em 15 dias, mas em apenas uma semana a vaquinha virtual Espalhe Cestas conseguiu arrecadar mais de 200 mil. Vendo a grande solidariedade das pessoas, a campanha foi ampliada e estendida, tendo arrecadado 750 mil reais por vias direta (plataforma) e indireta (compras diretas de cestas básicas). Cerca de 5.000 famílias vulneráveis receberam sua cesta básica nessa quarentena imposta pela pandemia do coronavírus.

A divulgação da campanha Espalhe Cestas foi feita, principalmente, por meio de mídias sociais e do compartilhamento dos voluntários em suas próprias redes, além do envolvimento de influenciadores locais e da imprensa, que prezam a solidariedade e sabem que ela é remédio para fortalecer a saúde física e emocional em tempos estranhos.

Um pequeno vídeo e/ou post na rede pessoal marcando o @espalhecestas fez uma grande diferença, e foi realizado por pessoas como Bella Falconi, Cris Guerra, Leila Ferreira e até pela cantora baiana Márcia Castro. Thiago Vinhal - primeiro triatleta profissional negro a conquistar uma vaga no Campeonato Mundial de Ironman – também abraçou a campanha e atuou como embaixador da campanha, divulgando e conectando a causa com quem pode ajudar.

Procedimento

Para garantir a transparência e a organização da iniciativa, as doações foram realizadas utilizando a Evoé - plataforma mineira de financiamento coletivo - que fez uma parceria com o Espalhe Cestas e conseguiu colocar a campanha de doação no ar em apenas dois dias, além de ter diminuído os custos do seu serviço e se disponibilizou a antecipar repasses do valor arrecadado antes do final da campanha.

Higienização

A restrição de circulação de pessoas e o risco de contágio foram preocupações que foram superadas com a escolha dos parceiros certos. Toda a operação de distribuição foi feita em parceria com instituições e líderes comunitários que conheciam público e comunidades mais necessitadas e que estavam tomando todos os cuidados recomendados por sanitaristas.

As cestas eram higienizadas desde a montagem até a entrega, que só começou quando todo o processo estava seguro. A primeira entrega aconteceu no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, cinco dias após o lançamento da campanha. Com esse aprendizado, o grupo passou a replicar as entregas de forma segura em outras comunidades para espalhar esse vírus do bem.

Público atendido

Receberam cestas minorias e populações vulneráveis da RMBH, entre eles moradores de comunidades e ocupações, população em situação de rua, profissionais do sexo, pessoas LGBTQ+, indígenas, migrantes/refugiados, mulheres negras, mulheres vítimas de violência.

As cestas

Além de itens de alimentação comuns, a cesta oferecida pelo “Espalhe Cestas” também contava com os itens de higiene necessários para se proteger do coronavírus.

Entre os itens, além de arroz, feijão, macarrão, açúcar, café, farinha, sal e óleo, outros produtos como água sanitária, sabão em barra, detergente, sabonete, tempero, fubá, extrato de tomate e leite em pó.

A editora Voo, a editora Miguilim, o projeto Ler é Viver, do Instituto Gil Nogueira, a editora Quixote e o jornalista e escritor Afonso Borges, idealizador do projeto Sempre um Papo, abraçaram a iniciativa e doaram livros que alimentaram de cultura parte das famílias que receberam as cestas básicas.

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