Depois de fechar diversas revistas, e anunciar que algumas, como a Placar, só circulará on-line, o Grupo Abril decidiu entrar em concordata. A empresa de comunicação tem uma dívida total de R$ R$ 1,6 bilhão, contraída com os bancos credores e fornecedores. A editora demitiu cerca de 800 funcionários, entre eles 160 jornalistas.
Entre as publicações fechadas estão a Cosmopolitan, Elle, Boa Forma, Mundo Estranho, Arquitetura, Casa Claudia, Minha Casa, Veja RIO e Bebe.com. Em comunicado distribuído aos funcionários, a empresa explica que irá concentrar suas atividades em marcas líderes: Veja, Veja São Paulo, Exame, Quatro Rodas, Claudia, Saúde, Superinteressante, Viagem e Turismo, Você S/A, Você RH, Guia do Estudante, Capricho, Mdemulher, VIP e Placar.
São títulos, justifica a Abril, “que somam audiência qualificada de 125 milhões de visitantes únicos mensais, e 5,2 milhões de circulação nas versões impressa e digital por mês, além de centenas de eventos”.
Grupo Abril é constituído pela Abril Comunicações, Dipar Participações e Total Express.
PROTEÇÃO - A concordata – tecnicamente recuperação judicial - , segundo a rede de comunicação, “se deve à necessidade do grupo em buscar proteção judicial para a repactuação de seu passivo junto a bancos e fornecedores e, dessa forma, garantir sua continuidade operacional”.
Fora as revistas fechadas, a Abril tem hoje cerca de 4,6 milhões de exemplares de 11 títulos diferentes, em circulação mensal, print e digital. O que torna a empresa, segundo o Instituto Verificador de Comunicação (IVC), ainda líder entre publishers de revistas.
O grupo dá prioridade total, agora, às marcas Veja, Exame e Claudia. E procura negociar marcas como VIP, Placar, Viagem e Turismo e Guia do Estudante.
Marcos Haaland, diretor da consultoria Alvarez & Marsal, contratada para o processo de reestruturação, foi nomeado presidente do Grupo Abril, para conduzir os trabalhos internamente. O executivo, em entrevista à revista Exame, disse que, apesar das demissões, o grupo mantém ainda cerca de 3 mil funcionários.
Haaland afirmou, sobre o futuro da Abril, que não pode julgar o passado, “até porque eu não estava aqui. Mas há uma mudança tecnológica que está afetando o setor como um todo, que trouxe uma crise e uma necessidade de pensar como é produzido e distribuído um conteúdo de qualidade”.
Otimista, observou que a:Abril está buscando uma adequação á atual conjuntura, e um novo modelo para se revigorar. “Vamos sair da recuperação judicial o quanto antes, com a empresa novamente saneada e em condições de ter um longo futuro digital”, garantiu, otimista.
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